segunda-feira, 26 de abril de 2010

Rede Globo compara evento evangélico com caos no Rio de Janeiro


2010-04-23 14:22

Telespectadores reclamaram de discriminação com a cobertura que o jornal O Globo fez do Dia D, megaevento cristão que reuniu mais de 8 milhões de pessoas em todo o Brasil nesta quarta-feira (21). Durante o programa Fala Que Eu Te Escuto, transmitido na madrugada desta sexta-feira (23) pela Rede Record, espectadores telefonaram para protestar contra a forma como o jornal carioca cobriu o encontro.
Com o título “Caos universal e autorizado”, o jornal concentrou suas notícias no congestionamento causado pelo evento na cidade do Rio de Janeiro, sem ouvir os participantes. De acordo com os telespectadores que participaram da atração via telefone, esta é mais uma prova de que a família Marinho, dona das Organizações Globo, é preconceituosa e move uma campanha difamatória não somente contra a Igreja Universal do Reino de Deus, mas contra todos os evangélicos, católicos, espíritas e seguidores de demais denominações religiosas que estiveram presentes ao encontro.

A telespectadora Ana Carolina, do Rio de Janeiro, protestou contra a cobertura:

– A Globo não tem argumento algum para falar. O trânsito estava ruim? Estava, mas se for assim vamos terminar com o Carnaval, promovido pela Globo.

Para o bispo Clodomir Santos, apresentador do programa, houve preconceito:

– Não estou defendendo a Universal. Estou defendendo essas 3 milhões de pessoas que estiveram na enseada de Botafogo.

Durante o programa, foram apresentados documentos que comprovam que a organização do evento recebeu permissão do poder público do Rio de Janeiro para que a concentração ocorresse na enseada de Botafogo e que, em nenhum momento subestimou o número de participantes do encontro. O jornal cita que a previsão passada seria de 100 mil pessoas. O bispo Clodomir foi enfático:

- É mentira. Nós já tínhamos feito eventos semelhantes no aterro do Flamengo, com mais de 1, 5 milhão de pessoas.

Do Rio de Janeiro, o bispo Darlan Ávila mostrou ao vivo as autorizações que os organizadores receberam das autoridades para o evento. Ele lembrou que os programas de TV e rádio do grupo realizaram intensa divulgação do Dia D na cidade.

Telespectador do programa, o radialista Ubiratan disse que a reportagem não mostrou como o Dia D foi um evento positivo, sem vandalismos ou qualquer tipo de desordem:

- Eles [Rede Globo] têm medo da força do povo evangélico.

Por e-mail, o telespectador Jean Carlos disse que a matéria do jornal era "uma pouca vergonha" e completou afirmando que "a Globo não tem respeito nem com a gente, os católicos".

O apresentador criticou ainda a comparação feita pelo jornal entre o congestionamento desta quarta-feira e o caos no trânsito durante as chuvas que mataram mais de 250 pessoas no Estado do Rio de Janeiro no início deste mês.

PM culpa prefeitura do Rio

O atual secretário da Ordem Pública (Seop), Alex da Costa, responsável pelas operações de Choque de Ordem em grandes eventos, admitiu que tomou conhecimento pelos jornais sobre o culto da Igreja Universal, que parou a cidade nesta quarta-feira. Em nota divulgada no fim da tarde, a Prefeitura do Rio pediu desculpas à cidade e prometeu não voltar a autorizar eventos deste tipo.

- O planejamento do trânsito é da CET-Rio. Eu soube do evento pelos jornais. A Seop só teria alguma participação se fosse um show que tivesse publicidade. Nesse caso, cobraríamos licença e fiscalizaríamos. A decisão sobre conceder ou não a autorização é da subprefeitura da Zona Sul - disse Alex Costa.

O comandante do 2º BPM (Botafogo), tenente-coronel Antônio Carlos Carballo Blanco, responsabilizou a prefeitura pelos problemas no trânsito do Centro e da Zona Sul. Ele contou que, em 15 de abril, encaminhou um ofício à Subprefeitura da Zona Sul e à Administração Regional de Botafogo manifestando-se contra a autorização para que os ônibus estacionassem perto da Enseada de Botafogo.

- Esse caos aconteceu por irresponsabilidade da prefeitura. Só autorizei o estacionamento nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. De lá, as pessoas seguiriam de metrô. Essa é uma manifestação religiosa que se repete quase todos os anos. Agora eu tenho que administrar esse verdadeiro colapso no trânsito. Nem minhas equipes de supervisão estão conseguindo se deslocar de carro. Elas têm que trabalhar a pé.

A Secretaria municipal de Transportes divulgou no início da madrugada desta quinta-feira um balanço do evento. Segundo a Polícia Militar, cerca de 4000 ônibus compareceram, enquanto a previsão era de, no máximo, 1.500, para os quais foram reservadas áreas de estacionamento na Enseada de Botafogo, Aterro na area do MAM e diversas vias do Centro, como Presidente Antonio Carlos e Rio Branco.

Segundo a nota da secretaria, os motoristas estacionaram em vias não autorizadas como Voluntários da Pátria, São Clemente, Avenida Pasteur, Gal. Severiano, Senador Vergueiro e Praia do Flamengo. Com isso, 889 ônibus e 60 veículos de passeio foram multados.



Com informações de R7/ O Globo
Via: OGalileo

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